Em 2012, com o objetivo de conhecer melhor as condições de vida das crianças e adolescentes, a Associação Cidade Escola Aprendiz realizou um diagnóstico socioterritorial das regiões em que atua na cidade de São Paulo, entre estas, o Fundão do Jardim Ângela.
O diagnóstico foi realizado por meio de levantamento e análise de dados, aplicação de questionários e conversas com pessoas que vivem e trabalham na região, buscando reconhecer as principais forças e desafios do Fundão do Ângela 1.
O Aprendiz atua na construção de territórios e bairros que se responsabilizam pela educação e desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. Neste sentido, esse diagnóstico buscou contribuir para que, conhecendo melhor a realidade local, ações e projetos mais efetivos pudessem ser desenvolvidos na defesa dos direitos das crianças e adolescentes.
O Fundão do Jardim Ângela:
A área do diagnóstico – um recorte circunscrito em 2 km a partir do endereço de uma das escolas públicas da região, a Escola Estadual Honório Monteiro – possui uma população de 134.910 indivíduos (IBGE/2010), sendo que quase metade (47,95%) é composta por crianças, adolescentes e jovens de até 24 anos. A região está no limite com o município de Itapecerica da Serra e apresenta menos infraestrutura urbana, recursos, serviços e organizações, se comparada a outras regiões da cidade de São Paulo.
Em 2010, mais da metade da população (67,65%) ainda não possuía rede de esgoto. A região também conta com poucos espaços de cultura e lazer para os moradores. Além disso, identificou-se que a área apresenta altos índices de violência, sendo que a taxa de mortalidade por agressão é a sétima maior entre os 96 distritos da cidade. Em relação à educação, cerca de 25% da população em idade escolar (cinco a 17 anos) não frequenta nenhuma instituição de ensino.
Por outro lado, ficou evidente no diagnóstico que a região apresenta um movimento histórico de articulação comunitária. Observou-se no Fundão do Jardim Ângela a presença de organizações comunitárias e fóruns que atuam diretamente na defesa dos direitos básicos dos moradores, como: moradia, saúde e infraestrutura.
Diagnóstico participativo:
As pessoas que vivem, estudam e trabalham no local são as fontes mais apropriadas para dizer o que acontece e como é a vida de uma comunidade. Por isso, na busca por aproximar ainda mais os dados levantados à realidade dos moradores, foram realizados encontros em que a população local pode refletir a respeito dos dados e apresentar seus pontos de vista. Esse diálogo contribuiu ainda mais para a construção de uma leitura mais próxima das condições de vida na região.
Segue abaixo imagem com resumo de dados do diagnóstico e análise dos moradores realizada durante os encontros do projeto