Debruçar-se sobre o desafio de desenvolver uma metodologia de diagnóstico para o Bairro-escola foi uma tarefa árdua, mas pode-se dizer vital.
Depois de mais de três anos trabalhando em duas regiões distintas da cidade de São Paulo, Centro e Jardim Ângela e de 16 anos trabalhando na região da Vila Madalena, consolidamos a percepção de que o trabalho necessitava de uma sistemática mais clara para o levantamento e organização de informações dos territórios.
Enquanto um sistema de corresponsabilidade que prima pela articulação de redes pelo desenvolvimento integral de crianças e jovens, que exige a participação democrática como princípio orientador e que parte de uma visão de Educação que transcende a escola, tornou-se cada vez mais fundamental para o Bairro-escola que a leitura dos territórios pudesse ser feita e compartilhada a partir de uma metodologia alinhada com os seus princípios e que respondesse a questões essenciais: o que precisamos conhecer para a consolidação de um Bairro-escola? De que modo podemos alcançar estas informações?
Pensar em microterrerritórios, em espaços vividos e reais e fortalecer suas potencias são compromissos assumidos pelo Aprendiz há 16 anos. Nesse sentido, temos avançado no desenvolvimento de estratégias e métodos que apoiem a criação de redes de confiança e solidariedade nas comunidades.
Assim, o diagnóstico socioterritorial foi entendido por nós desde o inicio como um instrumento de informação, de compartilhamento e de fundamentação para as redes articuladas em torno do Bairro-escola. Como instrumento, a metodologia devia ser pensada como algo replicável, possível de ser utilizada por qualquer rede em qualquer contexto, que tenha por desejo a constituição, ou fortalecimento de um território educativo. Foi com este desafio em mente que foram contratadas consultorias especializadas em diagnósticos que pudessem apoiar-nos nesta tarefa de construção de uma metodologia original.
Assim, a metodologia foi desenvolvida em diálogo com as regiões da Vila Madalena, Centro e Jardim Ângela, através do teste de instrumentos, validação de informações, levantamento de dados primários e secundários e consolidação de análises. Dessa forma, esperamos que estes territórios possam se aproximar de forma técnica de suas realidades e que esta possibilidade contribua para a reflexão das comunidades revertendo em ações de impacto real para o desenvolvimento integral de suas crianças e jovens nos próximos anos.
Agradecemos a participação de cada uma das pessoas e instituições que se lançaram neste desafio.
As redes locais, escolas, a equipe do Aprendiz, as secretarias de governo envolvidas, as crianças, adolescentes, jovens e responsáveis participantes.
Que desse esforço coletivo tenha nascido mais um instrumento para a construção de uma sociedade que luta pela autonomia, pela solidariedade e pela corresponsabilidade. E que a partir disso, nossas crianças e jovens tenham garantido o seu direito a crescerem livres e felizes.